Tudo o que precisa de saber sobre a Perturbação Desafiante de Oposição
31 Agosto

Tudo o que precisa de saber sobre a Perturbação Desafiante de Oposição

A Perturbação Desafiante de Oposição (PDO), consiste numa condição comportamental que afeta, principalmente, as crianças.

As características mais comuns apresentadas pelos pequenos que sofrem desta perturbação são os comportamentos desafiadores, teimosos, desobedientes e facilmente irritáveis.

Há, no entanto, quem associe este comportamento à personalidade da criança. Contudo, podem tratar-se de sintomas de PDO, que podem ser revertidos com intervenção psicológica.

De forma a esclarecer melhor o tema, elaborámos um artigo com tudo o que precisa de saber sobre a Perturbação Desafiante de Oposição.

Perturbação Desafiante de Oposição: O que é e quais os sintomas

Perturbação Desafiante de Oposição carateriza-se por um padrão persistente de comportamento negativista, desafiante, desobediente e hostil.

Geralmente, o comportamento é direcionado a figuras de autoridade na vida da criança, como pais, professores e outros familiares.

Os pequenos apresentam um temperamento volátil e conduta desafiante.

Eles podem chorar, irritar-se e fazer birra facilmente quando são contrariados. Tendo em conta este padrão de comportamento, as relações interpessoais da criança na escola, o seu desempenho escolar e o convívio com a família são impactados negativamente.

É importante ressaltar que a associação  com a Perturbação de Hiperatividade com Défice de Atenção (PHDA) é frequente, ocorrendo em 50% dos casos.

Por isso, a condição deve ser observada e investigada em todas estas crianças para que sejam tomadas as medidas necessárias. Assim será possível prevenir problemas de aprendizagem e baixo rendimento escolar.

1 – Sintomas da PDO

Os sintomas da Perturbação Desafiante de Oposição são variados. Portanto, para que sejam associados a PDO, e não a comportamentos ocasionais típicos da infância e da adolescência, devem persistir por, pelo menos, seis meses ou mais.

A criança que sofre de PDO apresenta dificuldades para compreender regras e opiniões de outras pessoas.

Por isso, não lida bem com a frustração e expressa o seu desconforto de forma agressiva. Nestes casos a ausência de controlo emocional é evidente.

Além disso, podemos ainda enumerar outros sintomas:

  • Discutir com adultos;
  • Perder a calma com facilidade;
  • Desafiar regras e instruções;
  • Provocar adultos e outras crianças;
  • Reagir a repreensões ou regras com agressividade;
  • Não saber expressar emoções intensas sem gritar;
  • Responder à frustração com choro, birra ou agressividade;
  • Transferir a culpa dos seus atos para terceiros;
  • Sentir-se culpado e chorar após ter uma atitude ruim.

2 – Intervenção

A intervenção na Perturbação Desafiante de Oposição, deverá ocorrer a vários nivéis e abrangendo os diferentes contrextos em que se verificam os comportamentos que a caraterizam.

Deverá ser multidisciplinar e combinar a intervenção psicológica baseada na terapia cognitivo-comportamental, com estratégias de psicoeducação e intervenção parental. Por vezes, a intervenção farmacológica pode ser benéfica.

A Perturbação de Oposição e de Desafio apresenta uma boa resposta à psicoterapia, com grande percentagem de casos a registar uma diminuição muito significativa da frequência de comportamentos opositivos.

Assim, as técnicas de terapia comportamental promovem o autocontrolo e a racionalização das reações emotivas. Mas não só. Também reforçam os comportamentos desejados.

Pequenas recompensas são utilizadas para incentivar a criança a agir da forma considerada adequada. Os pais normalmente são instruídos nessas técnicas de reforço.

É importante que a família também esteja disposta a fazer mudanças comportamentais. Afinal, eles são essenciais na intervenção da criança com Perturbação Desafiante de Oposição.

Isto porque a forma como os adultos agem tem influência direta no comportamento dos mais  pequenos.

Reações mais amenas, sem gritos ou acessos de raiva, influenciam positivamente a intervenção.

A criança deixa de sentir que precisa de reagir com intensidade e ainda aprende que os comportamentos serenos adotados pelos pais são mais saudáveis para ela.

Consciencializar as pessoas acerca desta perturbação é muito importante. Isto porque as crianças que dele sofrem, bem como os seus familiares, costumam carregar um estigma perante a sociedade.

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