“Há algo em comum entre crianças e filósofos: a capacidade de se maravilhar com o mundo”. Esta comparação foi feita por Matthew Lipman, filósofo e educador norte-americano reconhecido como o fundador da “Filosofia para crianças”.
De acordo com o educador, os filósofos conseguem criar e reconstruir conceitos e procurar explicações mais abrangentes para os problemas da vida.
Já as crianças, intrigadas com as mesmas questões (como justiça, bondade e amizade), necessitam aprender os processos do raciocínio e do julgamento.
O encontro destes dois mundos vai abrir as portas a um novo conhecimento. E, é aí que se encontra a importância de apresentá-las à filosofia desde cedo.
Para saber mais sobre o assunto, e aprender como introduzir essa temática no universo infantil, continue a ler pois explicamos-lhe tudo!
Introduzir a filosofia na infância é abrir a possibilidade para que os pequenos vejam o mundo, desde cedo, de uma forma diferente.
Refletir sobre o dia a dia, o ciclo das coisas e a nossa própria existência, muda a forma como vemos e nos posicionamos diante da vida.
Sabe-se que o papel da filosofia é de problematizar, tirar-nos da zona de conforto e nos colocar a caminho do novo, do inusitado.
Nesse sentido, quem desenvolve o pensamento filosófico transforma-se a si mesmo enquanto pensa e, consequentemente, o mundo à sua volta já não será o mesmo.
Além de influenciar a forma como os pequenos pensam sobre si e o mundo, a filosofia também possui um papel importante na educação das crianças e jovens em idade escolar.
Isso porque estimula o pensamento filosófico na infância, fase em que estamos a desenvolver-nos e a construir uma identidade própria. Mas também impacta positivamente outras competências.
São exemplos disso:
Dessa maneira, dar espaço para a filosofia dentro do processo educativo significa dar importância à necessidade que todos os jovens têm de pensar e de (se) questionar.
Incentivar um pensamento crítico significa criar cidadãos mais conscientes acerca da sua posição na família e na sociedade. Ajuda também a que adquiram consciência para abrir o entendimento sobre as relações construídas ao longo da sua vida.
Um tema tão complexo não deve ser nada fácil de ser introduzido na vida das crianças… Temos quase a certeza que é isso que está a pensar.
De fato, ensinar filosofia não é nada fácil, ainda mais para crianças que não possuem um entendimento amplo sobre as coisas. Porém o segredo é introduzir este tema utilizando uma linguagem que os pequenos possam compreender.
A literatura está certamente aliada à construção do pensamento filosófico. Unida ao diálogo, ela centraliza temas que desenvolvem reflexões e pensamentos sobre os acontecimentos do mundo.
Portanto, é possível encontrar livros e materiais pedagógicos que estimulam o aprendizado da filosofia dentro do universo das crianças. Isso pode ser explorado tanto pelos professores, quanto pelos próprios pais.
Ao trabalhar-se a filosofia com as crianças, percebe-se facilmente que elas têm inclinação natural para a curiosidade, admiração, indagação, discussão e reflexão.
Esses são traços cognitivos do empenho que os pequenos fazem para descobrir como as coisas funcionam.
Por tudo isso, concluímos que é preciso que se crie um espaço para a filosofia o quanto antes na educação das crianças. Pois quanto mais cedo as colocarmos em contato com a reflexão filosófica, mais críticos se tornarão.
Assim, serão capazes de aprender a reinterpretar a vida, abrindo novas perspetivas para um futuro mais justo e generoso na nossa sociedade.
Este ano, na Academia estamos a começar um novo projeto que liga a filosofia às artes teatrais! Por isso, nada como falar connosco para saber mais informações.